segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Línguas antigas I


Quero agradecer a todos que estão lendo o blog, fico muito feliz com as visitas e com os comentários. Hoje gostaria de falar sobre algo que me intriga bastante: o estudo de línguas antigas. Dentre elas, já arrisquei a estudar um pouco o latim, o sânscrito, o pali e bem pouco mesmo o hebraico. No hebraico, me concentrei mais nas traduções bíblicas e foi incrível encontrar diferentes versões da mesma passagem. Como sou vegetariano e sempre acreditei que Jesus, símbolo de amor e compaixão, poderia preconizar o vegetarianismo, busquei possíveis erros de tradução da Bíblia. É verdade que são muitos os equívocos e que existem muitas traduções e explicações para cada uma delas, então não me alongarei mais no tema, mas que sirva de exemplo um site que encontrei que discute um pouco o assunto. Bem, quanto ao pali, essa foi a língua que mais estudei, tive, inclusive, um caderno exclusivo para o idioma. Adorei traduzir diretamente do cânone algumas palavras do Buda, me atrevi a decorar algumas passagens e a recitá-las, fiquei bastante entusiasmado com os estudos e me arrependi por não ter comprado um dicionário que encontrei em um sebo em San Francisco, quando ainda nem imaginava estudar o pali. Devia saber que me interessaria.

Todas as traduções de línguas antigas exigem muitas pesquisas e um trabalho imenso, muito maior do que em uma tradução de um idioma moderno. Creio que não seja difícil entender o motivo. Além das mudanças naturais ocorridas na época em que esses idiomas eram falados, há ainda a interferência de descobertas históricas, que podem mudar o rumo de uma tradução “post mortem”. Já que toquei no latim, devo confessar que o mais impressionante nessas pesquisas lingüísticas é a recuperação do som do idioma, é tanto que o próprio latim pode ser pronunciado da maneira clássica ou eclesiástica. A pronúncia do sânscrito permaneceu porque ele ainda é utilizado em rituais religiosos na Índia e seu sistema de escrita vive no híndi. Muitos idiomas se perderam no tempo e alguns correm risco de extinção, é incrível que alguns ainda perdurem por tanto tempo e mantenham a maioria das suas características originais.

Admiro muito aqueles que se dedicam a essas línguas, mesmo sabendo que o único benefício será o aumento da sua cultura. Gostaria de ter essa coragem e dedicar minha vida ao estudo dos idiomas, mas são tantas as coisas a serem descobertas e tão pouco o tempo para descobrí-las. Quando era criança adorava física, química, matemática, astronomia, me trancava no quarto com livros ao som de música clássica e sob inspiração da seguinte frase colada com durex em minha escrivaninha:

“Jamais considere seus estudos como uma obrigação, mas como uma oportunidade invejável para aprender a conhecer a influência libertadora da beleza do reino do espírito, para seu próprio prazer pessoal e para proveito da comunidade à qual seu futuro trabalho pertencer.” (Albert Einstein)

É... Às vezes sinto falta daquele espírito que tinha, daquela poesia que vivia em minha vida. Continuo mantendo meu gosto pelos estudos, mas preciso recuperar aquele prazer enorme que havia em descobrir...


4 comentários:

  1. Muito obrigado pela visita e comentário ao nosso blog na entrada "bananas e macacos"!

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  2. meu nome é wagner,

    Bom dia Igor, por acaso vc pode me dizer que lingua é essa e o que esta escrito ai "Tessirabrali demoy" achei isso meio esquisito e quero a tradução será que pode me ajudar? abraço

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  3. Oi Igor! Meu nome é Igor... Eu gostaria que vc me falasse como é que se diz elementos em aramaico ou hebraico, por favor. Obrigado!

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  4. Igor, não se preocupe se a bíblia é atualizada ou se há modificações... Nós temos que lê-la com o Espírito Santo! Daí haverá um completo entendimento.

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